O músico Lucas Oliveira, jovem de 26 anos da cidade de São José do Rio Preto – interior de São Paulo, acreditava que 2020 seria o ano em que daria o maior passo de sua vida em relação à sua trajetória musical que teve início em meados de 2008. E ele estava certo, só não sabia que nada aconteceria da forma como havia planejado.

O artista se viu de mãos atadas após o início da pandemia, pois tinha todo seu planejamento baseado em um projeto de músicas autorais, o qual resgatou uma banda que teve em 2015, para relançar seu primeiro CD, no programa de TV “Estúdio Showlivre”, no dia 19 de março de 2020, na cidade de São Paulo – SP. Com transmissão ao vivo pela Rede TVT, pelo Facebook e pelo canal no YouTube do Estúdio Showlivre que conta com mais de um milhão de inscritos.  A partir da apresentação no programa, a banda teria um material de vídeos e fotos que seria utilizado para vender e montar uma rotina de shows que já estava pré-agendada desde janeiro deste ano.

Em abril, após ter a certeza de que seu planejamento teria falhado e sem saber quando poderia pensar em reestruturar uma banda e uma agenda de shows, o músico se viu na necessidade de entrar em estúdio e começar a produzir um trabalho digital, tendo em vista que não poderia se reunir com todos os músicos para evitar aglomerações. Foi quando Lucas apresentou o projeto para o Thiago Costa, que é seu produtor musical desde 2013 e é quem dá a direção inicial aos projetos do músico.

Em pouco tempo de conversa, os dois entraram em um acordo e decidiram que produziriam 8 músicas inéditas na vertente do trap, mas arriscando em características de outros estilos com os quais já estavam habituados no cenário com as bandas e como já haviam arriscado em um outro projeto digital que o músico acabou deletando da internet em uma crise profunda de depressão.

Alinhadas as ideias, os dois se encontravam todas as quartas-feiras no Estúdio Gambs, que é também a residência de Thiago, onde já chegaram a passar 8 horas por dia trabalhando entre composições, construções de beats, arranjos, captações de voz, mixagem e masterização. Totalizando 6 meses de trabalho durante toda a pandemia.

O álbum se chama “(DES)Construção” e leva esse título primeiramente pela quebra inicial do planejamento, onde o músico Lucas Oliveira estava tentando emplacar uma banda completa e por fim acabou produzindo 8 músicas apenas ele e seu produtor. Também tem esse nome, pois as letras trazem uma mensagem de superação muito forte e tratam abertamente a questão da auto-estima e causas comuns que deixaram o músico com um bloqueio criativo por mais de dois anos sem produzir nada, apenas fazendo apresentações de covers em barzinhos e eventos da cidade.

Lucas conta que desde seu último lançamento em 2018, ele vivia pensando em todas as coisas que faria quando estivesse pronto ou quando chegasse a hora, sem perceber que acabava por implodir todas as suas ideias muito rapidamente. Até que veio a pandemia e o ócio na classe artística, para colocá-lo em ativa na internet novamente desengavetando todos seus projetos, sendo o principal este álbum.

Quando decidiu colocar fim em sua banda “Los Mentes Pensantes”, acabou transformando a logo e o nome da mesma em uma marca de roupas, para gerar renda enquanto permanecia na inércia, pois os músicos foram uns dos primeiros a serem afetados financeiramente pela quarentena. E essa desconstrução da banda remeteu à ideia da capa do álbum, que foi elaborada pelo tatuador Chapolim Martim, também da cidade de São José do Rio Preto.

A capa traz a representação de todos os momentos da banda “Los Mentes Pensantes”, onde inicialmente a logo era representada por um cubo mágico, mas hoje é representada por uma lâmpada que remete ao conceito de ideia e uma engrenagem que contextualiza o maquinar do cérebro, o funcionamento da “Mente Pensante”. E essa capa traz fielmente a representação das transições entre esses tempos, pois, enquanto o cubo mágico explode, ele mostra que a luz estava em seu interior o tempo todo e Lucas está segurando o que seria aquela luz, simbolizando estar no controle de tudo.

O desenho na totalidade gera uma certa dúvida, pois não fica claro se o cubo mágico está se desconstruindo ou se reconstruindo e isso você só vai entender ao ouvir as 8 faixas, na sequência que foram pensadas para transmitir essa mensagem.

O álbum conta com 3 participações especiais, sendo elas Tai Aragão, Taroba e Lolla Scafe, que foi convidada a fazer uma releitura da música “Dê Pressão” que foi o último projeto publicado do músico e que conta com quase 20 mil visualizações no YouTube.

As faixas do álbum são:

1 – Você É MPB
2 – Segue O Plano (feat. Taroba)
3 – Tudo Nosso, Nada Deles
4 – Apologia Ao Amor (feat. Taí Aragão)
5 – DinDinDon
6 – DSSCSS
7 – Dê Pressão (feat. Lolla Scafe)
8 – umNOVEnoveQUATRO

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