Marcelo D2 compara Rap Acústico com Sertanejo Universitário: “O Brasil tem essa tendência”

Escrito por Fellipe Santos 08/05/2019 às 09:43

Foto: Divulgação

Marcelo D2 é considerado o “Pai do Acústico” depois de participar do clássico Acústico MTV em 2004. No passado ele já disse que de fato odeia o Rap Acústico e disse que criou um monstro. “O Rap acústico foi a pior coisa que inventaram na vida, acho que criei um monstro em ter feito aquele Acústico MTV” lembrou o rapper. Agora, o artista volta a falar sobre o assunto em entrevista para o site Tenho Mais Discos Que Amigos.

Em entrevista ao Podcast Tenho Mais Discos Que Amigos (Ouça aqui) para divulgar o disco e filme Amar é Para os Fortes, lançado no ano passado, o rapper carioca disse que o acústico não representa a verdadeira essência do rap. Ele chega a comparar o rap acústico com o sertanejo universitário.

Eu já escrevi muito na vida, desde os 14 anos. E quando eu conheci o Skunk e a gente resolveu fazer o Planet Hemp, eu comecei a entender que meu melhor nível é o combate. E no rap brasileiro do começo dos anos 90, era quase que uma obrigação falar de problemas sociais. Até setembro ou outubro de 2018, o rap estava caminhando para um lado muito babaca. O rap de condomínio, como eu costumo falar, que é aquele rap falando de área VIP, de Chandon, de minas que fazem isso ou aquilo… um rap quase de ostentação. Esse rap morreu de outubro pra cá. A gente agora vê pouco desses moleques falando essas besteiras, porque o país virou outra coisa, e a gente começou a ouvir outras vozes, como Djonga, Baco [Exu do Blues], BK e Rincon [Sapiência]. São caras super expressivos e que têm uma voz interessante pra caramba.

O lendário artista também contou que vem tomando ciência de alguns subgêneros estranhos no Rap Nacional, como o “Rap de Direita”.

Hoje eu ouvi falar que existe rap de direita. Tem também o rap acústico, que de acústico não tem nada. É voz e violão. O Brasil tem essa tendência: sertanejo universitário, forró universitário, mais ou menos igual esse rap acústico. Eu costumo separar as coisas entre cultura e entretenimento. Eu não quero nem entrar na disputa do que é melhor ou pior, mas é diferente. E eu tento ficar no lado da cultura o máximo possível.

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