O que falta para o RAP dominar o Brasil?

Escrito por Fellipe Santos 01/04/2019 às 14:05

Foto: Divulgação
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Apesar de dominar o mundo, o rap ainda encontra resistência no Brasil 

O rap, gênero oriundo da cultura hip-hop, se consolidou como o gênero musical mais escutado no mundo. Apesar de mapear o mainstream há pouco mais de 20 anos, ele conseguiu superar o lendário Rock e o poderoso Pop que sempre dominaram as paradas de sucesso. Isso fica claro em listas semanais, como a da Billboard, onde na maioria das vezes os rappers apresentam mais que da metade no top10.

A questão é porque no Brasil esse gênero ainda não está no topo. O que falta? Nos falta um Kanye West, espaço, a cultura brasileira ou mudar a mentalidade? De fato, o rap sempre teve ligado à questão social da periferia. Seja com temáticas sobre preconceito social, violência policial ou drogas. Nos Estados Unidos, aos poucos, os artistas foram abrindo as portas para outras vertentes. O pensamento de business, que sempre dominou a terra do Tio Sam, chegou nos artistas e produtores que viram ali uma forma de chegar ao poder. Mais do que isso, os fãs também entenderam essa virada na chave.

No Brasil isso é um pouco complicado. A maioria do artista que não tenha uma lírica que não aborde esse sofrimento social, está previamente condenado à pedradas. Aí que entra a parte do “Real hip-hop” que muitos falam. A visão de negócio e as produções também, mas ainda isso tudo é um pouco tímido. Se um rapper entrar na mídia, o que seria algo espetacular para o gênero, ele é condenado no seu nicho. Outra coisa curiosa são os fãs de rap. Eles ouvem e tentam divulgar, quando a outra pessoa vai escutar e gosta muito, começam a chamar de modinha. Assim que querem mudar o patamar da cultura ou somos egoístas a ponto de não querer que todos ouçam o bom rap?

Outro fato inegável é o nosso país em si. Somos um país que as músicas em inglês não predominam e isso dificulta para o rap americano de primeira qualidade chegue até os ouvidos das pessoas mais velhas, o que ajudaria a fixar o gênero. Falando em gênero, o Brasil é um país com N gêneros próprios ou já fixados. Sertanejo, samba, axé… São muitos que já estão enraizados, inclusive por regiões. Impossível o brasileiro não gostar de um ritmo que foi lhe foi apresentado na infância, então a missão do rap aqui é se igualar o máximo o possível no cotidiano das pessoas

Esse é um exercício para pensarmos, pois é notório que o rap está crescendo ainda que de forma branda. Pensar em soluções e quebrar preconceitos é o dever de todos que amam essa cultura. Da rua para o mundo. Sim, nós podemos!

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