Promotor do caso de Young Thug rastreou possível jurado durante semanas

Escrito por Felipe Mascari 19/10/2023 às 15:44

Capa Young Thug
Foto: Natrice Miller/AP
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Advogados de Young Thug criticaram ação da promotoria e apontam que monitoramento pode afastar júri.

O Escritório do Promotor do Distrito do Condado de Fulton passou pelo menos um mês realizando vigilância em um possível jurado no caso que envolve o rapper Young Thug. De acordo com o jornal The Atlanta Journal-Constitution, os promotores desejam que ele seja dispensado do julgamento, após constatarem que “ele passa a maioria das noites em seu apartamento”.

Parte dos advogados de defesa de Young Thug ficaram chocados ao saber que o escritório do promotor usou recursos públicos para monitorar o jurado e rastrear seus movimentos no cotidiano. O rapaz foi qualificado como um possível jurado no extenso caso de gangue e extorsão contra o rapper de Atlanta. A seleção do júri no julgamento demorado começou em janeiro e já dura mais de nove meses.

Foto: Natrice Miller

Em um documento apresentado na segunda-feira passada (19), os promotores disseram que passaram semanas fazendo “vigilância” do jurado em potencial e usaram leitores de placas de licença para descobrir onde ele estava. “A vigilância realizada pelo Estado confirma que o Jurado B passou a noite em sua residência no Condado de Cobb durante 28 das últimas 30 noites”, escreveram.

Durante o questionamento, o jurado disse que vota no Condado de Fulton e lista a casa de sua mãe como sua residência permanente. Porém, em agosto deste ano, ele admitiu alugar um apartamento em Austell, mas disse ao promotor Adriane Love que passa cerca de quatro noites por semana na casa de sua mãe, onde cresceu.

Entretanto, de acordo com o monitoramento da promotoria, o jurado passou pelo Condado de Cobb mais de 300 vezes e, quando vai a Fulton,  não vai a lugar nenhum perto da residência de sua mãe. Parte dos advogados de defesa acharam a vigilância antiética e disseram que isso poderia dissuadir as pessoas de comparecer ao serviço de júri no futuro.

“Acho que é impróprio”, disse Suri Chadha Jimenez, que participou de mais de oito meses de seleção do júri antes de o Estado retirar as acusações contra seu cliente. “Não é certo fazer isso com cidadãos que não são criminosos. Eles estão vigiando pessoas que estão cumprindo seu dever cívico comparecendo ao serviço de júri. Ele não fez nada de errado.”

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