O caso envolvendo o grupo de Bate Bolas e a citação ao Hitler repercutiu altamente nas redes sociais.

Durante o último carnaval na cidade do Rio de Janeiro, um grupo de bate-bolas estampou o rosto de Adolf Hitler no torso da fantasia. Identificado como Turma Virtual, o grupo divulgou uma nota oficial se retratando: “Pedimos desculpa a todos pelo transtorno ocorrido devido ao tema do nosso bate-bola, mas não foi escolhido para exaltar um ditador que matou milhares de pessoas, e sim uma crítica pelos atos feitos.”

“Não achávamos que nosso bate-bola teria uma repercussão tão grande, até porque não concordamos com os atos feitos pelo ditador e nunca exaltamos o ódio e nem o racismo, pois, como visto nas fotos, a maioria dos nossos componentes são negros. Somos negros, trabalhadores e pais de família. Mais uma vez, todos nós da Família Virtual pedimos desculpas a todos”.

Quando a foto viralizou na internet, o jornalista Matheus de Moura, da Folha de São Paulo, entrou em contato com um dos representantes do grupo de Bate Bolas para fazer uma matéria, mas recebeu uma resposta negativa sobre o significado da fantasia. “Quer saber da nossa fantasia? Vai na macumba bater tambor.”

Localizados em Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a Turma Virtual vem sendo investigada pela Polícia Civil, que alegou ainda que foi expedido um ofício para a Secretaria Municipal de Cultura para identificar os responsáveis. O grupo costuma partir da favela Congonha, indo até os arredores da estação de trem do bairro. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) também iniciou uma investigação para apurar o crime de divulgação do nazismo, após as imagens que foram compartilhadas nas redes sociais e geraram críticas e acusações de apologia ao nazismo.

Confira a nota do pedido de desculpas:

Sem+ pic.twitter.com/DTM8Nnb0QL

— CENTRAL DOS BATE BOLAS (@centraldosbt) February 28, 2023