A rapper acaba de liberar seu primeiro single visual e já mostrou que tem grande potencial para ser uma estrela.
Taya é uma promissora jovem nascida e criada nas favelas de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. A MC tem um grande currículo, mesmo com sua pouca idade é figurinista, stylist, comunicadora, modelo, produtora cultural, produtora de conteúdo para internet e planejamento para publicidade. Além de todas as áreas citadas anteriormente, Taya também é bastante conhecida nas redes sociais pelo seu posicionamento em prol do feminismo e da auto aceitação.
A artista é formada em artes cênicas com habilitação em figurino pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e graças a isso tem experiência como figurinista no mercado artístico e audiovisual. Não para por ai! Taya também é responsável pela criação da maior feira de gambiarra e brechó da Baixada Fluminense, que tinha programações com DJ’s e outros artistas.
Entramos em contato com a artista, que está mais do que preparada para se jogar no mundo da música e usar todo o seu conhecimento, que como já vimos, tem bastante, para falar sobre seu início de carreira como MC.
Taya tem como referência musical as clássicas Rihanna, Nicki Minaj, Princess Nokia, Rico Nasty, Tássia Reis, Pitty e Tati Quebra-Barraco. Mas além da música, como uma grande pensadora, ela também tem a referência política como: Malcolm X, Angela Davis, Bell Hooks, etc. Sonoramente, o som de Taya se traduz como sendo algo “no funk dos anos 90 e o hardcore da adolescência com o mundo novo do trap, se alimentando do universo pop, colorido e divertido”.
Ao ser perguntada sobre o que o trabalho dela traria de novo para a cena, Taya respondeu que cada artista contribui com algo em que ele carrega em sua essência genuína, dando pinceladas em outros fatores:
“Eu sempre tive uma escrita didática, de fácil entendimento e sei que toco algumas pessoas, foi assim que me tornei influenciadora, influenciando meninas com os cabelos, atitudes, aceitação de seus corpos, quero trazer e potencializar isso como artista. Acho que como mulher negra que carrega o peso da hipersexualização e do racismo desde sempre, passar a mensagem em que mulheres negras podem e devem fazer o que quiser é fundamental. Eu me reprimia, achava que eu não poderia estar num clipe fazendo twerk pois seria taxada como ‘vagabunda’ e eu queria ser vista como inteligente e acadêmica. Pois bem, agora vão ver uma grande bunda natural batendo de uma mulher inteligente e diplomada.”, disse.
Taya também ressalta a revolução estrutural que quer fazer no Rap Nacional, que por ser um gênero onde homens predominam as paradas musicais e grandes festivais, ainda é um ambiente muito machista, principalmente por parte dos fãs, que “mulheres só tem aceitação se estiverem cantando coisas que eles querem ouvir. É necessário masculinizar a letra mas manter a bunda rebolando para os homens brasileiros gostarem”, disse a rapper, e continua “Os homens podem parar de preconceito e escutarem mais mulheres, se eu perguntar 5 minas da cena atual em que os homens se deram o trabalho de saber os últimos trampos não vão saber me dizer. Dar mais views e lotar os shows dessas mulheres também é fundamental para a nossa existência artísticas”.
A equipe da Rap+ teve também o privilégio de saber sobre os novos projetos de Taya, que sairá nas ruas em breve. “Sonoramente contará com rimas ácidas, flow ironicamente debochado bem marcante e um beat dançante explosivos, misturado à um estilo colorido e sexy, pretendo ocupar essa lacuna no cenário musical do rap brasileiro. Meu primeiro single surge como uma apresentação autobiográfica de quem sou eu. Com toda a minha identidade, gírias e bordões que eu costumo falar à citações de minhas crenças, profissões, qualificações e posicionamentos”.
Na ocasião, Taya também falou sobre o clipe de sua primeira faixa: “O clipe vem com uma forte referência: Hilary Banks. Famosa personagem da série ‘The Fresh Prince Of Bel-Air’ que mostra uma versão negra do estereótipo de “patricinha” na qual conhecemos. E o momento para falar sobre isso é AGORA, pela primeira vez na história, uma mulher negra é considerada a mais rica do mundo da música e a integrar o grupo mais luxuoso do mundo da moda, estamos falando de Rihanna. As mulheres negras estão ascendendo, chegando com o pé na porta e no Brasil temos esse primeiro momento na história do país ao ver mulheres como Preta Gil, Ludmilla, Taís Araújo, Djamila Ribeiro, Stephanie Ribeiro, Maju Coutinho… “Preta Patrícia’’ já é uma expressão conhecida pela internet entre meninas negras, assim como o “Black Girls Magic” a expressão tomou conta das redes sociais para mostrar meninas negras em momentos em que se mostram bem em situações de luxo. E MC Taya sendo um personagem virtual, não pensou duas vezes em escrever algo com o tema, trazendo para si própria mas mostrando que todas podem. Inspirar meninas negras é seu grande sonho e fazer com que elas acreditem que também podem chegar a esse lugar é o principal objetivo.”
O visual foi dirigido por Bruno Leadro da GuettoLifeFilms e Talita Brito da OPREarts, produzido em collab com as duas produtoras. Direção de Arte de Gustavo Palludo do estúdio de criação Papaya Madness, fotografia de Alex Reis do Ponciá Studio e styling de Antonio Schuback, já conhecido por fazer styling de diversos nomes como Dream Team do Passinho, ABRONCA, Mc Carol, Tati Quebra-Barraco e Heavy Baile, styling do casting pela produtora e diretora de arte Bruna Mara. Cabelo de Janice Mascarenhas e maquiagem assinada por Julia Tartari, maquiadora conhecida do SPFW. Taya juntou um time de peso para a realização de seu primeiro clipe, amigas que já trabalharam com ela em algum momento da vida e toparam estar com ela nessa nova aventura.
A rapper revelou ter material para lançar um EP completo, mas prefere aguardar um momento melhor para lançá-lo, e vai lançar apenas singles para preparar terreno e ter um reconhecimento maior.
Confira o vídeo de “Preta Patricia” abaixo e siga Taya nas redes sociais: Instagram – YouTube – Twitter.