Will Smith fala sobre dificuldades e consequências em atuar no filme “Emancipation”

Escrito por Rodrigo Silva 15/12/2022 às 19:30

Capa Will Smith Foto: Divulgação

Will Smith está recuperando seu sucesso com um novo grande filme.

Will Smith assumiu o Red Table Talk de quarta-feira e, nem Chris Rock ou “o tapa” foram conversados. Em vez disso, o ator sentou-se com seus três filhos – Trey Smith, Jaden Smith e Willow Smith – para falar sobre a importância de seu novo filme “Emancipation“. “Foi difícil”, disse Will no programa do Facebook Watch, normalmente apresentado pela esposa, Jada Pinkett Smith, sua sogra, Adrienne Banfield-Norris, e Willow. “Este não é um filme de escravos, é um filme sobre liberdade”.

“Recebemos algumas ligações enquanto você estava filmando e fiquei muito preocupado”, admitiu Willow. “Com o passar dos anos, fiquei cada vez mais preso a esses personagens por períodos de tempo mais longos. É apenas o peso dessa história, o peso dessas experiências, a qualidade dos atores. Foi emocionalmente, foi físico, foi espiritualmente desgastante”, declarou Will. Sua filha admitiu que tinha reservas sobre seu pai famoso “fazer um filme de escravos”.

Foto: Reprodução

“Bem, você sabe que originalmente eu estava pensando em fazer Django Livre”, lembrou Will sobre o filme de 2012 de Quentin Tarantino. “Tivemos uma reunião de família e todos conversamos sobre [isso]”. “Sim, sim, sim” Willow lembrou. “Eu não estava totalmente dentro, mas uma das principais razões pelas quais não estava era a expressão em seus rostos, porque vocês sabiam o que isso significaria”, disse Smith, explicando como seus “personagens se infiltram” na família.

Will Smith disse anteriormente que desistiu de Django Livre porque “não conseguia se conectar à violência como a resposta” na história de Tarantino. O papel acabou indo para Jamie Foxx. O novo filme “Emancipation” tem suas cenas cansativas. Will disse que foi chamado de palavras racistas “cem vezes por dia por atores muito bons”. O filme da Apple Originals também é estrelado por Ben Foster e Charmaine Bingwa.

“É difícil, distorce sua mente”, explicou ele. No filme baseado em fatos reais, Will interpreta Peter, o escravo que escapa de uma plantação da Louisiana para se juntar ao Exército da União. O filme é baseado na icônica foto de 1863 conhecida como “Whipped Peter”, que mostra as costas cicatrizadas do soldado. No RTT, Will Smith relembrou um momento intenso durante a pré-produção quando ficou preso em uma corrente no pescoço.

“Então eles colocam, eu estou parado lá e ele vai tirar e não funciona. Então está travado e meu coração pula e eu fico tipo, ‘Oh não, oh não, oh não'”, disse Will. “Meu coração está batendo forte e eu fico tipo, ‘Will, não surte'”. O ator pensou consigo mesmo: “Sou Will Smith”, explicando que havia “pessoas correndo por aí” procurando as chaves.

“Ainda estou com medo. Imagine como foi para Peter estar com aquelas coisas, descalço e ninguém se importando”, continuou Will, concordando com Willow, que comparou a situação à claustrofobia física e emocional. “Realmente desumano”, disse Will Smith. “Não consegui articular o porquê, mas me senti envergonhado. Fiquei envergonhado enquanto estava ali parado e esperando. Foi castrador, desumanizador, tudo isso”.

Will continuou compartilhando que “a única outra vez em minha carreira” em que ele “se perdeu e foi longe demais” com um personagem foi filmar o filme Seis Graus De Separação, de 1993, no qual ele interpretou um vigarista. “Eu não diria que fui longe demais com Peter, apenas perdi a noção de quão longe fui”, acrescentou Smith. “Fiquei um pouco enrolado lá dentro”.

“Então, o que acontece é que você interpreta esses personagens e, quando os interpreta por tempo suficiente, é como se mudar para outro país e falar outro idioma. Se você falar o outro idioma por tempo suficiente, começará a perder sua língua nativa”, acrescentou. Will Smith disse a seus filhos que é “crítico” para sua “geração ver este filme e entender os fundamentos desta história e o que ela significa neste país”.

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