O MP do Paraná processou Renato Freitas por pichação em protesto no Carrefour.
Na terça-feira (14) passada, o deputado estadual Renato Freitas (PT) foi intimado por um processo movido pelo Ministério Público do Estado do Paraná devido a participação num protesto pela morte de um homem negro dentro de uma loja do supermercados Carrefour em Porto Alegre. Ao lado de diversas lideranças do movimento negro, o até então vereador eleito por Curitiba compareceu no mercado no bairro de Parolin.
O acontecimento ocorreu em 20 de novembro de 2020 e Renato, que ainda não havia tomado posse como vereador, protestava sobre o assassinato de José Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte por seguranças dentro do mercado no Rio Grande do Sul. O processo é pela pichação de uma frase de indignação pelo homicídio.
A audiência aconteceu na última segunda-feira, e, através de suas redes sociais, Renato Freitas se posicionou: “O fato é que eu escrevi numa mureta do estacionamento do Carrefour Parolin a frase ‘A injustiça praticada em qualquer lugar do mundo é uma ameaça à justiça em todos os lugares do mundo’, de Martin Luther King.”
“Agora, 3 anos depois, a multinacional da rede de hipermercados está me processando criminalmente por uma frase de um homem negro, reproduzida por um homem negro em protesto pacífico contra a morte de um homem negro que eles mesmos mataram”, finalizou o deputado, que foi completado por Winnie de Campos Bueno, doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestra e bacharela em Direito e autora do livro Imagens de Controle: “Basicamente, o Carrefour Brasil querendo dar um cala-boca em todos nós! NÃO VÃO NOS CALAR!”
“Beto foi espancado até morrer dentro de uma unidade desse mercado assassino que limpou a imagem criando um comitê antirracista com um monte de figurão com seus ternos bem alinhados e continua querendo a submissão daqueles que ousam defender os seus! Conte conosco, Renato, faremos coro a sua voz sempre!”, diisse Winnie.
Confira abaixo as falas:
Hoje acontece a audiência do processo criminal movido contra mim pelo Carrefour, que se coloca como VÍTIMA.
No dia 20/11/20 (Dia da Consciência Negra), protestamos contra o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte dentro do Carrefour, no RS. pic.twitter.com/LJrMf0xf6c
— Renato Freitas (@Renatoafjr) March 20, 2023
Basicamente o Carrefour Brasil querendo dar um calaboca em todos nós! NÃO VÃO NOS CALAR! Beto foi espancado até morrer dentro de uma unidade desse mercado assassino que limpou a imagem criando um comite antiracista com um monte de figurão + https://t.co/jqOxFaEMM6
— Winnie. (@winniebueno) March 20, 2023