Emicida ecoou os pensamentos de Ice Blue sobre as recentes confusões dentro do Rap Nacional.

Recentemente, uma grande briga explodiu no Rap Nacioal. Tudo começou com os versos de Dfideliz no último lançamento da Recayd Mob, “Mlks de SP”, onde o rapper aborda seus problemas com Spinardi. Depois de ficar sabendo dos ataques, Spinardi respondeu disparando contra Dfideliz em uma live e na música “RIP Micaela”. A confusão chegou ao conhecimento de Ice Blue, veterano rapper do lendário grupo Racionais MC’s, que decidiu se pronunciar sobre o assunto.

Em uma longa live, Ice Blue praticamente destruiu os envolvidos e acabou com a briga. Falando sobre a Recayd, Spinardi e mais, o artista deixou claro que para ele esse tipo de confusão não deve acontecer no Rap, ainda mais quando rappers “iniciantes” estão envolvidos. Agora, outro expoente da cena nacional, abordou o assunto.

Em uma entrevista com Caue Moura no canal MOV, Emicida mostrou concordar com a visão de Ice Blue citando o legado do movimento. “Minha opinião é a opinião do Ice Blue, na live dele lá, #trakinasebonus. O mundo pegando fogo e os caras debatendo futilidades isso, né, mano. A gente chegou onde a gente chegou, e eu falo sobre respeito. A gente chegou nesse lugar de poder e de respeito justamente porque fazemos justiça ao legado de muita gente que veio antes de nós, entendeu. Então é muito triste quando vemos o movimento associado com esse tipo de futilidade.”, disse o rapper.

“Esse legado começa a ser desrespeitado, desconstruído, e quando esse legado começa a ser desconstruído, a próxima geração começa a vim mais vulnerável. Isso é de alguma maneira, matar o significado do hip hop. O hip hop tem um grupo de valores muito sólido, precisamos estar conectados com ele para não cairmos no erro, principalmente em um momento que nem esse. Seria como se você estivesse no nono andar de um prédio pegando fogo e parasse para tuitar que você está com um tênis novo.”, completou.

Em certo ponto, o trap também foi assunto na conversa. Emicida falou sobre o subgênero do rap que vem ganhando cada vez mais espaço e público na industria musical brasileira. “Acredito que temos que olhar o contexto inteiro antes de olhar o trap, eu vejo vários irmãos que são mais radicais. Eu gosto de trap, minha filha gosta, eu escuto junto com ela, só quando a ideia é furada que dou uma segurada. Mas também tem mano que deu ideia errada no boom bap também há 20 anos atrás. Não acho que é um bagulho que tem que ser amaldiçoado.”, afirmou antes de citar Jé Santiago, da Recayd Mob, como um dos grandes talentos da cena no momento.

Confira a entrevista completa abaixo.