Emicida fala sobre “esvaziamento de conteúdo” nos maiores hits atualmente

Escrito por Vinicius Prado 16/12/2020 às 19:53

Foto: Divulgação
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Rapper citou o vazio ‘na poética e na letra’ nas músicas de maior sucesso na atualidade.

Um ano depois do show memorável no Theatro Municipal de São Paulo, em 27 de novembro de 2019, Emicida registra essas memórias no documentário “AmarElo – É Tudo Pra Ontem” exclusivo da Netflix. Mais que um filme musical, o doc traz trechos do show e da gravação do álbum “AmarElo”, mas a base são as reflexões do rapper sobre o contexto – que vai desde a chegada do primeiro navio negreiro no Brasil até a pandemia do novo coronavírus.

Em uma conversa com o podcast do G1, Emicida falou sobre o novo filme, sobre arte engajada e pessoal, e sobre os movimentos antirracistas no Brasil de ontem e de hoje. O rapper também refletiu sobre a frase dita por ele no filme de que “quanto melhor a música, menos a rádio toca” e o verso de “Ismália” que diz “um corpo negro morto é tipo um hit nas paradas, todo mundo vê, mas essa p* não diz nada”.

“Há um esvaziamento no que diz respeito à poética, à letra. E eu sou um letrista, eu sou um compositor. Se a gente olhar para as 10 músicas mais tocadas, há sim um esvaziamento de conteúdo. Há uma desconexão inclusive com a linha de raciocínio pela qua a nossa poesia sempre se orientou. E isso para mim é perigoso porque ela dilui a percepção do novo público a respeito da grandiosidade poética do próprio país.”, afirma Emicida.

 

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