Fã ferido processa Travis Scott após tragédia no Astroworld Festival

Foto: reprodução

Ele afirma que o desastre do festival foi motivado pelo ‘lucro em detrimento da saúde e segurança dos espectadores” e do “incentivo à violência”.

Travis Scott e outros organizadores do festival de música Astroworld em Houston já estão enfrentando pelo menos um processo sobre a tragédia que aconteceu na sexta-feira, movido por um fã ferido que chamou o incidente de uma “tragédia previsível e evitável”. Em um processo apresentado no sábado no Tribunal Distrital do Condado de Harris, o participante da Astroworld, Manuel Souza, processou Travis Scott, bem como o organizador ScoreMore e a gigante Live Nation, sobre o incidente de sexta à noite, que deixou oito mortos e centenas de feridos.

A ação alega que o desastre foi o resultado direto de “uma motivação para o lucro em detrimento da saúde e segurança dos espectadores” e do “incentivo à violência”. “Os réus falharam em planejar e conduzir o show de maneira segura”, escreveu o advogado de Souza, Steve Kherkher, da empresa Kherkher Garcia LLP. “Em vez disso, eles ignoraram conscientemente os riscos extremos de danos aos frequentadores dos concertos e, em alguns casos, encorajaram e fomentaram ativamente comportamentos perigosos.”

Representantes de Scott, Scoremore e Live Nation não retornaram imediatamente os pedidos de comentários no domingo (7 de novembro). O caso é um dos primeiros de muitos processos que se espera sejam movidos por causa do incidente, que parece ser um dos desastres de multidão mais mortais em um evento musical em anos.

A tragédia ocorreu durante a primeira noite de um festival de dois dias com a presença de mais de 50.000 pessoas. O evento, batizado com o nome de um dos álbuns de Scott, foi realizado no complexo do estádio NRG Park em sua cidade natal, Houston. A causa exata do desastre ainda não estão claros, mas vídeos e relatos de testemunhas parecem indicar uma cena caótica em que a multidão já turbulenta se espremeu em direção ao palco, dificultando a respiração de alguns. Também existe a informação de que um homem com uma seringa estava injetando drogas em pessoas aleatoriamente.

No novo processo, Souza alega que os organizadores do Astroworld desconsideraram os sinais de alerta no início do dia, como um incidente em que “espectadores violaram um portão de segurança ao redor do parque, invadiram as instalações e pisotearam uns aos outros”. Mesmo depois que as ambulâncias chegaram para tratar os participantes que “sofreram ferimentos graves óbvios”, o processo diz que os organizadores “tomaram a decisão consciente de deixar o show continuar, apesar do risco extremo de danos aos espectadores que estava aumentando no momento.”

“Eventualmente, devido à decisão ativa dos réus de deixar o show continuar, a cena se transformou em uma confusão total, resultando na morte desnecessária e prematura de pelo menos 8 pessoas e ferimentos em várias outras”, escreveram os advogados de Souza.

Além das ações contra os organizadores, o processo tenta culpar Travis Scott, dizendo que ele é conhecido por apresentar shows intensos e encorajar seus fãs a “ficarem furiosos”. “Esse tipo de comportamento é incentivado há muito tempo pelo fundador e principal rapper do festival”, escreveu Souza. “Seu incentivo expresso à violência já havia resultado em violência séria em vários shows anteriores.”

Em termos técnicos, o processo acusa os organizadores de negligência grosseira e pede pelo menos US $ 1 milhão em danos. Os advogados de Souza também pedem uma medida cautelar impedindo a destruição de provas, que poderá ser ouvida na Justiça já na segunda-feira. Além de nomear Scott, Scoremore e Live Nation como réus, o processo também nomeou Scott’s Cactus Jack Records, LLC e vários outros indivíduos e empresas envolvidos no evento.

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