Hospital em São Paulo começa a testar derivado de maconha para enxaqueca crônica

A pesquisa tenta resolver um problema bastante comum dentre muitos brasileiros.

Com a descoberta dos benefícios da planta Cannabis Sativa é notório ver o crescimento de medicamentos se popularizando no Brasil. Com isso Hospital Albert Einstein deu início a uma pesquisa com produto derivado da planta Cannabis sativa, para tratamento adjuvante na enxaqueca crônica, acrônimo CAMTREA, para tratar pacientes com enxaqueca crônica.

O estudo, randomizado e duplo-cego, visa principal observar se haverá redução na frequência, intensidade e duração das dores com o uso dos canabinoides quando comparados ao grupo placebo, e também observar o uso de analgésicos no período e o comportamento das comorbidades comuns a esses pacientes, como transtorno de ansiedade e distúrbios do sono.

Os especialistas classificam a enxaqueca crônicas como: condição na qual o indivíduo sofre com dores de cabeça por, pelo menos, 15 dias do mês, ao longo de 90 dias consecutivos. Para estes pacientes, existem poucas alternativas de tratamentos considerados tradicionais. Se o uso da cannabis for comprovado eficaz, pode se tornar uma importante opção de terapia.

Durante o estudo clínico da pesquisa, que é inédita no mundo, o Einstein contará com o patrocínio da empresa Health Meds, especializada em produtos à base de canabinoides, com laboratório próprio nos Estados Unidos. Durante o estudo, os efeitos das substâncias serão avaliados em 110 pacientes, acompanhados por 16 semanas.

O recrutamento de participantes e o período de inclusão será de 18 meses, e os pacientes com enxaqueca crônica serão encaminhados pelos médicos que os atendem. Após quatro semanas de avaliação, os pacientes que se encaixarem nos critérios do estudo serão randomizados e receberão uma formulação com CBD/CBG/THC ou placebo, com reavaliação a cada quatro semanas.

“A literatura médica mostra que o uso de derivados de Cannabis pode atuar na enxaqueca, com o potencial de reduzir as crises, melhorando a qualidade de vida. Em consultórios, especialistas já utilizam, canabinoides em portadores de migrânea, e costumam notar diminuição nas dores e ganho de funcionalidade no dia a dia”, explica Alexandre Kaup, neurologista do Einstein e responsável pela pesquisa.

 

Sair da versão mobile