Investigação mostra delegado perguntando onde seria a comemoração da morte de Marielle Franco

Escrito por Rodrigo Costa 14/01/2024 às 10:44

Foto: Divulgação
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A conversa se encontra em um dos doze celulares apreendidos no apartamento do delegado.

Conforme obtido por investigadores através de conversas em um dos doze celulares apreendidos no apartamento de Maurício Demétrio Afonso Alves, delegado de polícia do Rio de Janeiro, a morte de Marielle Franco, vereadora da capital fluminense, foi ironizada um dia após o assassinato a tiros no dia 14 de março de 2018.

“Gente, o enterro da vereadora será no Caju, mas a comemoração alguém sabe onde será?”, questionou Demétrio, condenado a nove anos e sete meses de prisão e à perda do cargo por obstrução da Justiça, em uma mensagem de WhatsApp no dia 15 de março, menos de 24 horas após a morte de Marielle.

Investigação mostra ironia de delegado um dia após morte de Marielle: 'Onde será a comemoração?' - Estadão

Foto: Divulgação/Polícia Civil do Rio de Janeiro

De acordo com o juiz Bruno Rulière, da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Comarca da Capital, o teor das mensagens são inaceitáveis. “O acusado ainda tem manifestações inaceitáveis, que ganham maior reprovabilidade tratando-se de um delegado de polícia”, relatou ele.

As mensagens foram enviadas para Allan Turnowski, delegado e ex-secretário da Polícia Civil preso em setembro de 2022 na Operação Águia na Cabeça, do Ministério Público do Rio, e que respondeu com três emojis de espanto. O delegado foi investigado por organização criminosa e envolvimento com o jogo do bicho.

Delegado de polícia há duas décadas na cidade carioca, Demétrio – que antes passou pelas delegacias do Meio Ambiente, do Consumidor e de Roubos e Furtos de Automóveis, por sua vez, está preso desde 2021, acusado por cobrança propina no exercício do cargo de titular na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial e montagem de falsos dossiês para a incriminação de autoridades, impedindo investigações.

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