Rapper indígena Katú Mirim viraliza ao questionar ostentação de ouro por artistas em nova música

Escrito por Rodrigo Costa 02/03/2024 às 12:33

Foto: Divulgação
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Katú Mirim cita o garimpo ilegal para extração do minério em “Bling Bling”.

No último dia 16 de fevereiro, Katú Mirim lançou seu segundo álbum, “Cura“, que conta com a faixa “Bling Bling“, denunciando a extração ilegal em terras indígenas e questionando a ostentação de ouro em músicas de rap e funk, além de expor as condições de trabalho ppara a extração do minério.

Devido aos assuntos abordados e o visualizer em que a rapper aparece mastigando cordões de ouro e cuspindo com sangue, a track repercutiu nas redes sociais. Diante disso, diversos internautas, influenciadores e artistas passaram a comentar sobre o caso.

Um deles foi Rincon Sapiência, que afirmou que ouro na cultura negra significa representatividade. “De fato, parceira, amamos ouro e pedras preciosas e compramos nas mãos deles. Mas em contrapartida, quando portamos esse ouro, por mais que vindo da pior forma e do maior preço, resgatamos uma identidade nossa, porque em África também havia muito ouro e era algo representativo em diversas culturas do continente”, escreveu ele.

Foto: Giuliana Bonequini

“Então, essa ‘ostentação’ é uma identidade da nossa [cultura]. Desde muito antes de existir hip-hop, já se contavam com histórias com música (rap), já se dançavam rasteiro no chão, já existiam danças onde as mulheres rebolavam como twerk, já se usavam próteses de ouro nos dentes, cordão… Só contextualizando, irmã. Mas sua colocação é importante de se discutir”, acrescentou o rapper.

Após a repercussão, a cantora e compositora publicou um vídeo explicando o garimpo ilegal em terras indígenas. Com inúmeras denúncias, o Instagram bloqueou o conteúdo.

Setenta e duas hours, pra viver tem que ser forte e ter sorte / Tem que ser forte e ter sorte / Sua riqueza causa pobreza, estupro e destruição / Quem patrocina o garimpo não é a minha religião / No teu peito tem pingente de ouro em formato de balas / Yanomami é o alvo, aqui o tiroteio não para”, relata Katú num trecho inicial da música.

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