Filme de Jovem MK destaca a narrativa realista sobre os problemas sociais das favelas do país.
Conforme revelado pelo Instituto Sou da Paz na segunda edição da pesquisa “Violência Armada e Racismo: o papel da Arma de Fogo na Desigualdade Racial” em 2022, pretos e pardos são mais de 70% das vítimas de disparo de arma de fogo no Brasil.
Entre crianças e adolescentes de 10 a 19 anos, o número sobe para 85%. E em relação ao tema, Jovem MK também apresentou uma discussão social muito importante; para muitos jovens no país, o primeiro presente recebido na vida é uma arma de fogo.
O primeiro álbum da rapper, nomeado “Meu Karma” e lançado no último mês de março, traça um paralelo entre as ilusões e desilusões da vida no crime, mostrando a ascensão e redenção que muitos jovens brasileiros são submetidos.
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Dando mais visibilidade ao problema social iminente, a artista paulista se juntou à KondZilla, agência Africa Creative, Czar SP e Satelite Audio para transformar o trabalho musical em uma produção cinematográfica que dá vida às suas letras de uma forma poética.
“O meu primeiro álbum, ‘Meu Karma’, traz as iniciais do meu nome, pois é onde eu pude mostrar meus ideais, mostrar quem sou eu. Eu pude abordar bastante o tema da quebrada, as realidades da periferia. Essa vivência no bairro que eu cresci que me inspirou”, conta Jovem MK.
Filmado nas favelas de Heliópolis, Guaianases e Mooca em São Paulo, o curta-metragem do disco traz uma narratuva visual com direção da dupla Paladino (Beto Galloni e Gabriel Avelar) e Kaique Alves, explorando conceitos filosóficos e usando metáforas visuais para ressaltar a trajetória da rapper.
Retratando o diagnóstico de um Brasil em que o primeiro presente de muitos jovens é uma arma de fogo, a obra também revela a redenção de Jovem MK, que recusa perpetuar sua vida no crime e escolhe o caminho da música.
“Eu tinha 14 anos e logo de cara me deram um 38. Logo eu, mano, que nunca ganhei presente de ninguém. É evidente como o abandono do Estado empurra jovens das comunidades para os braços do crime. Colocar isso em pauta na sociedade, nas conversas das pessoas, foi o meu principal objetivo com a música e agora com o curta metragem”, completa a artista.
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