AFROPUNK Bahia receberá Vandal, Tasha e Tracie e MC Caverinha; festival acontece dia 18 e 19 deste mês.

A cidade de Salvador recebe nos próximos dias 18 e 19 de novembro, a terceira edição do festival AFROPUNK, no Parque de Exposições.

Com a premissa de se firmar como um lugar de cura e celebração à cultura preta, o evento promove um resgate ancestral que mescla diferentes gêneros e gerações da música em uma mesma roda.

O festival realizado na capital baiana receberá grande nomes de artistas nacionais, como, Iza, Alcione, Djonga e Carlinhos Brown, além de grupos e cantores internacionais, como Tash LC, da Inglaterra, Noite e Dia, da Angola, Patche Di Rima, da Guiné-Bissal, e a americana Victoria Monét, que se apresenta pela primeira vez no Brasil.

O movimento hip hop e suas vertentes são uns dos principais responsáveis pela recuperação da autoestima de pessoas pretas, servindo como espaço de resistência e pertencimento para a comunidade.

Entre os confirmados do gênero no AFROPUNK estão as gêmeas Tasha e Tracie, que cantarão ao lado de Tati Quebra Barraco, os irmãos MC Caverinha e KayBlack e o rapper Vandal.

Para Vandal, sua presença no AFROPUNK é importante por representar as favelas de Salvador.

“Sou uma voz das favelas de Salvador, dentro de um festival mundial com a principal característica de enaltecer o povo preto e a cultura preta. Eu sou um dos poucos artistas nacionais que tem o seu público majoritariamente preto, a linha de frente dos meus shows não é composta por pessoas brancas. Dando essa veracidade e esse pertencimento dentro de um festival como AFROPUNK Bahia.”

Diretamente da Zona Norte de São Paulo, as gêmeas Tasha e Tracie dialogam com os pilares do AFROPUNK Bahia de diferentes formas.

A moda foi a primeira manifestação artística das rappers – que se apresentaram à cena enquanto stylists, em 2014 -, porém, foram com as rimas que elas se destacaram.

A rapper Tracie se diz feliz por ser vista como uma artista que está rompendo barreiras, mas acrescenta que a dupla está dando continuidade ao legado de várias mulheres que romperam essas barreiras, e cita a funkeira Tati Quebra Barraco como exemplo.

“A gente acha super importante fazer um show com a Tati Quebra Barraco, porque ela é de uma época em que, mano, imagina quebrar barreiras naquela época? Ela é uma lenda viva, e para nós é uma honra estar junto com ela, sintetiza uma conquista. E ela também é uma das pessoas que abriu portas pra gente poder estar fazendo isso hoje. Porque o Gangsta Rap no Brasil é de mulheres, e demorou até um pouco mais, né? Algumas mulheres que faziam rap consciente, ou rap de amor, elas tiveram que se manter nesses temas por muito tempo, porque não tinha espaço para rimar sobre outras coisas. E todas as mulheres que fizeram, como a Tati, coisas fora da curva, letras explícitas, abriram portas pra gente também poder estar fazendo isso de forma fácil hoje”, afirmou Tracie ao RAP MAIS.

Já o apelidado de “Príncipe do trap”, MC Caverinha estourou na cena com o lançamento do single “Não Pisa No Meu Boot” (2019) e, desde então, acumula feats com nomes como Djonga e Vulgo FK.

Segundo ele, sua presença no festival mostra o futuro promissor do trap no Brasil.

“Eu acredito que o rap, o funk e o trap vão conquistar lugares que ninguém acredita ainda mais nos festivais. Um festival como o AFROPUNK Bahia mostra que nós já estamos conquistando isso, com um evento que vai trazer o rap, o trap e o funk e fazer o negócio acontecer.”

Veja mais no Twitter:

AFROPUNK Bahia apresenta Kayblack e MC Caverinha em seu lineup – https://t.co/0JDfHOyD5d pic.twitter.com/jKikdBwlGV

— RAP MAIS (@RapMais) August 1, 2023