Uma nova revelação alega que os funcionários da Adidas experimentaram tudo, menos uma boa vida durante sua parceria com Kanye West.
A parceria de quase 10 anos entre o rapper de 46 anos e a marca de tênis chegou ao fim em outubro de 2022, na esteira de comentários ofensivos, racistas e antissemitas do rapper. No entanto, de acordo com um novo relatório do New York Times, o acordo bilionário estava fadado ao fracasso desde o início. O jornal revelou uma matéira inédita onde conta os bastidores com relatos de pessoas próximas que trabalhavam com o rapper.
Em uma reunião em 2013 na sede alemã da empresa, os funcionários estavam “animados” para começar e prepararam amostras, painéis de inspiração e uma variedade de tênis para apresentar ao artista de hip-hop e empresário que agora atende pelo nome de Ye, mas, o rapper não ficou impressionado. Segundo a repórter Megan Twohey: “Para expressar o quão ofensivos ele considerava os designs, ele pegou um esboço de um tênis e usou uma caneta para desenhar uma suástica na ponta, de acordo com dois participantes.”
Kanye West aparentemente tinha uma fixação perturbadora por Hitler e pelos judeus. Em um trecho da matéria, uma fonte afirma que o rapper pediu a um gerente judeu da Adidas que beijasse um retrato de Hitler todos os dias”. Em outro trecho, afirma que West disse a colegas da Adidas que admirava o comando de propaganda de Hitler.”
O rapper também teria dito a um membro do conselho executivo da empresa que pagou um “acordo milionário” a um de seus próprios funcionários sêniores que o acusou de elogiar repetidamente o arquiteto do Holocausto. E isso foi apenas o começo. O relatório alega que “lágrimas eram comuns” e “a fúria também”.
Segundo a matéria, executivos supostamente optaram por fechar os olhos e ignorar o comportamento problemático de West em prol dos lucros, apesar do fato de o contrato com o rapper conter uma cláusula que permitiria à Adidas encerrar o acordo se suas ações prejudicassem a reputação da empresa. Por exemplo, em novembro de 2022, notícias surgiram de que Kanye West havia mostrado material pornográfico a funcionários que estavam trabalhando em sua linha de roupas Yeezy, incluindo seus próprios vídeos de sexo e imagens explícitas de sua então esposa, Kim Kardashian.
Cerca de duas dezenas de ex-funcionários da Adidas e da Yeezy também alegaram que West mostrou a eles fotos e vídeos obscenos durante reuniões de trabalho e também mostrou uma imagem explícita de Kardashian para um jovem durante uma entrevista de emprego.
Após mover abruptamente a operação de design Yeezy para Cody, Wyoming, em 2019, e exigir que a equipe da Adidas também se mudasse, West teria exigido um adiantamento de US$ 1 bilhão durante uma reunião com líderes da empresa e lançado um tênis furiosamente pela sala.
Apesar de todos os problemas, a parceria permaneceu lucrativa. As vendas dos Yeezys ultrapassariam US$ 1 bilhão por ano, e West se tornou um bilionário de fato. A Adidas cortou oficialmente os laços com o rapper de “Flashing Lights” em 22 de outubro de 2022.
“Adidas não tolera o antissemitismo e qualquer outro tipo de discurso de ódio”, afirmaram em comunicado na época. “Os comentários e ações recentes de Ye têm sido inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam os valores da empresa de diversidade e inclusão, respeito mútuo e equidade.”
“após uma revisão minuciosa, a empresa tomou a decisão de encerrar imediatamente a parceria com Ye, encerrar a produção de produtos da marca Yeezy e interromper todos os pagamentos a Ye e suas empresas. A Adidas encerrará o negócio Adidas Yeezy imediatamente.”
A decisão da Adidas custou a Ye seu status de bilionário. A Forbes relatou que seu patrimônio líquido caiu para US$ 400 milhões após a perda do acordo de US$ 1,5 bilhão.